O projeto de hoje é dedicado a todos os casais jovens que procuram um apartamento para viver no centro da cidade. Composto por cerca de 30 m2, apresentamos-lhe um projeto de remodelação capaz de transformar uma construção desatualizada num espaço moderno, confortável e, acima de tudo, cheio de estilo!
A equipa responsável pela intervenção é especializada na reabilitação de interiores e já aqui foi mencionada graças à qualidade do seu portfólio. Sediado em Lisboa, o atelier caracteriza-se pela forma simples e moderna como desenvolve os seus projetos, preservando sempre o caráter do desenho original.
Apesar de degradado pela ação do tempo, o apartamento apresentava um conjunto de características espaciais bastante interessantes. Além da sua planta regular, devidamente distribuída, a construção é abençoada por um sistema de iluminação natural generoso, onde a luz única da cidade de Lisboa invade corajosamente o apartamento. Dadas as características originais do imóvel, os arquitetos optaram por uma intervenção minimalista, capaz de multiplicar a sensação de iluminação, interrompida por pequenos apontamentos de cor, padrões e texturas.
A área social da habitação funciona em open space e é composta por duas áreas fundamentais: a sala e a cozinha. A peça central da sala é sem dúvida o sofá que, contido nas suas dimensões, consegue respeitar a escala da habitação, garantindo ao mesmo tempo a existência de uma zona dedicada à descontração e ao convívio. Para acomodar as refeições, foi integrada uma pequena mesa junto à janela, suficientemente versátil para servir de secretária de trabalho durante o resto do dia ou consoante a vontade dos seus habitantes.
Tratando-se de uma área de circulação informal, os arquitetos optaram por sinalizar a cozinha através da inserção de detalhes com cor. Assim, a parede que percorre toda a zona de trabalho junto ao balcão foi revestida por azulejos brancos, amarelos, verdes e cinzentos claro. A alegria do pano de fundo criado para a divisão, permitiu que o resto dos elementos seguisse linhas mais minimalistas. A combinação entre os mosaicos coloridos, a bancada em madeira e os moveis brancos conseguiu formar um conjunto surpreendentemente equilibrado.
A parede que separa a zona social das áreas que pressupõem maior grau de intimidade é interrompida por um grande painel de vidro. Dando, de certa forma, continuidade à informalidade da sala e da cozinha, deste modo foi possível criar um sistema de iluminação natural mais ao homogéneo, preservando alguma privacidade nesta divisão.
Procurando criar um local de repouso o mais tranquilo possível, os arquitectos ocuparam o quarto com pouco mais que uma cama. A predominância do branco, responsável pela transformação da sensação espacial, é apenas quebrada por alguns detalhes, nos mesmos tons selecionados para a cozinha. Os dois candeeiros de tecto, em substituição dos tradicionais candeeiros de mesa de cabeceira, além de cumprirem um papel funcional, assumem um caráter escultórico dentro da divisão.
À semelhança do que acontece na cozinha, na casa de banho os azulejos também servem de tema de fundo a todos os outros elementos. Revestindo o pavimento e de caráter bastante mais tradicional, os mosaicos escolhidos para esta divisão servem de testemunho à arquitetura original da construção, ainda que totalmente acompanhados de loiças e móveis assumidamente contemporâneos. Os pontos de luz artificial que acompanham a divisão conseguiram iluminar devidamente o espaço, sem o dominar excessivamente a área.
Tal como a maioria dos pavimentos que revestem a habitação, as escadas de acesso ao apartamento mantiveram a presença da madeira. São as características únicas destes material, tão presente na arquitetura portuguesa, que aquecem a casa, tornando-a verdadeiramente acolhedora. No fundo, foi a esta vontade de harmonizar este novo momento da construção com as memórias criadas ao longo do tempo que permitiram atingir um resultado final tão interessante.