Lambris? Como? Que coisa estranha será essa?
Não é um termo que se ouça no dia-a-dia mas, se já construiu ou remodelou uma casa, possivelmente já se cruzou com ele.
A arquitectura e o design de interiores estão cheios destas palavras estranhas, de um mundo onde vamos penetrando pouco a pouco, num esforço da homify para o ajudar a compreendê-lo.
Mas há uma razão para este termo ser ainda menos conhecido do que outros que já explorámos nos nossos artigos: os lambris são elementos que muitos consideram antiquados e que têm cada vez menos lugar nos ambientes, ditos, modernos e minimalistas. Isso não quer dizer que não haja quem os use, simplesmente, caíram um pouco em desuso. Nós gostamos muito, especialmente associados a espaços de carácter vintage!
Venha connosco à descoberta dos lambris. Saiba de que materiais são feitos, em que ambientes podem ser usados e até quanto custam. Pode acontecer que se apaixone por eles.
No singular, diz-se lambril, lambrim ou lambri. É uma palavra que vem directamente do francês—lambri—que siginifica painel. É usada para designar revestimentos aplicado nas paredes internas da casa, normalmente na metade inferior.
Não há uma regra fixa para ditar o tamanho do lambril. Embora, por costume, sejam ligeiramente inferiores ao eixo da parede ou igual à metade dela, também há lambris mais altos.
Os lambris diferem dos rodapés precisamente pelo seu tamanho, embora por vezes lambris pequenos sejam chamados de rodapés e vice-versa.
Podem fazer-se lambris com vários materiais, como veremos mais à frente mas os mais usados são a madeira e os azulejos.
Veja este exemplo de lambril, instalado numa sala da autoria do gabinete INTERDESIGN INTERIORES. O revestimento de madeira foi aplicado um pouco abaixo do meio da parede, sendo a parte superior revestida de papel de parede. Esta é uma forma muito normal de utilizar os lambris embora, neste caso, a estética ganhe um toque mais moderno devido ao papel de parede inovador, mas sem perder a inspiração retro.
A aplicação de lambris surgiu nas zonas frias da Europa como uma forma de forrar as paredes e conferir aos espaços um melhor ambiente térmico.
Actualmente estes elementos têm funções quase exclusivamente decorativas, embora sejam muito úteis para esconder cabos, isolar a parede da humidade ou esconder de forma rápida azulejos indesejados ou danos na parede.
No que respeita à decoração, os lambris estão muito ligados a um certo estilo antigo, vintage provençal, que caiu em desuso, embora nunca tenha deixado de ser utilizado. Actualmente, assiste-se a um renascimento desta tendência em espaços antigos recuperados ou em casas deliberadamente planeadas para terem esse espírito antiquado.
Há várias formas de conseguir aplicar um lambrim na parede da sua casa.
Pode usar madeira, azulejo, gesso ou pedra, no que respeita aos materiais tradicionais.
Actualmente, no mercado, há painéis pré-fabricados em PVC que proporcionam um bom efeito decorativo, que permitem acabamentos à sua medida e que têm preços bastante atraentes. A partir daqui, vamos analisar um pouco mais a fundo as vantagens e as desvantagens dos vários materiais que podem fazer os lambris.
Os lambris de azulejos são muito comuns no nosso país, provavelmente mais até do que a madeira. Antigamente ao azulejo adicionava-se uma pequena barra decorativa, de madeira ou de azulejos diferentes, a fazer o remate entre as transições de materiais nas paredes, mas não é uma regra.
Os azulejos permitem uma grande variedade de estéticas e acabamentos, mas os mais conhecidos são os lambris em azulejos tradicionais portugueses.
Pela sua textura fria, os lambris de azulejos são adequados para terraços e pátios exteriores, mas também se utilizaram muito nos interiores, sobretudo em corredores.
Um lambrim em madeira é um clássicos intemporal do design de interiores e pode aparecer em diversos formatos.
Pode fazer lambris de pedra de duas formas:
O gesso é um clássico na construção de lambris decorativos. Normalmente, os lambris com molduras em gesso apenas têm essa nobre função de decorar, sendo aplicados com cola de gesso directamente sobre as paredes estucadas.
As molduras em gesso não são muito caras, mas são bastante frágeis e a sua aplicação deve ser feita com muito cuidado para não partirem, além de que se danificam facilmente com móveis ou embates.
Para quem ama esta estética, mas não tem um grande orçamento, um lambrim em PVC pode ser a opção mais acertada.
Os preços dos painéis deste material são bastante atraentes, ficando muito abaixo de qualquer outro dos materiais referidos.
Os painéis de PVC aparecem também no mercado com uma boa variedade de cores e algumas medidas diferentes.
Este material é bastante estável, sem apresentar deformações ou degradação, e exigem uma manutenção mínima, representando uma alternativa aos painéis ou ripas de madeira. Normalmente instalam-se com sistemas de encaixe simples e cola. Ainda têm a vantagem de melhorar as condições térmicas dos espaços.
Infelizmente o seu toque e, por vezes o seu acabamento também, não são muito realistas.
Apesar de serem elementos aparentemente inócuos, os lambris têm um efeito bastante drástico e modificador nos ambientes, podendo apresentar algumas desvantagens.
Obviamente, a resposta a esta pergunta está directamente ligada ao material escolhido. Para ter uma noção, um lambrim de lâminas verticais em PVC pode custar-lhe a partir de 13 Euros a cada 2,70 m².
Um equivalente em madeira de pinho pode custar-lhe a partir de 25 Euros (preços obtidos por pesquisa em sites de materiais de bricolagem).
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